sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A negociação política por trás da CPMF


Ontem saiu a denúncia do Mensalão Pão-de-Queijo mineiro. Quais são as consequências dessa "nova" tramóia política? O ministro das Relações Institucionais Walfrido dos Mares Guia, envolvido no caso, afastou-se, assumindo em seu lugar José Múcio, do PTB.
Para a discussão que nos interessa, a CPMF, o governo entrou em uma 'saia-justa'. A situação, que já estava desfavorável à aprovação, complicou-se ainda mais: não só o governo perdeu seu articulador político como também o PTB afastou-se da base governista, declarando-se independente. Ou seja, o time do governo que já estava perdendo, agora teve jogador e técnicos expulsos.
O PSDB não perdeu tempo, e agora quer que a votação da CPMF seja o quanto antes, aproveitando o fato do governo não ter maioria para a aprovação.
Parece enfim que a CPMF não será prorrogada. Parece também que existem tantas "saias-justas" que esse mundo político mais parece uma fashion week.

Um comentário:

Pedro Balby (PB no BP) disse...

Caro Nando, infelizmente, a denúncia do mensalão pão de queijo não se trata de uma "nova tramóia política". Mas mais infelizmente ainda, sabemos que esse processo demorará anos para chegar ao seu fim, haja vista que ontem o Ministro do STF, Joaquim Barbosa, que apesar de ser um um homem sério, pediu vistas do processo (o que lhe é de direito e não há nenhum problema), e disse que só o levará para apreciação em plenário no ano que vem. Ou seja, não espere nada até o fim de 2008.
E mesmo assim, na remota hipótese de condenação, sabemos que no Brasil o xadrez não é para os "Reis", e sim para os peões.
Quanto à CPMF, não se iluda meu caro: mesmo que ela nõ seja aprovada, prepare-se para a criação de um novo tributo, ou para o "aumento do aumento" dos que já existem.
Grande abraço!